segunda-feira, 27 de junho de 2011

Morar fora

Compartilho com vcs  o texto que li no blog da Márcia, uma grande amiga de Toronto. Difícil não se identificar com alguma coisa.


Morar Fora
(Autor desconhecido)

Não é apenas aprender uma nova língua. 
Não é apenas caminhar por ruas diferentes ou conhecer pessoas e culturas diversificadas. 
Não é apenas o valor do dinheiro que muda.
Não é apenas trabalhar em algo que você nunca faria no seu país.
Não é apenas conquistar um diploma ou fazer um curso diferente.
Morar fora não é só fazer amigos novos e colecionar fotos diferentes.
Não é só ter horários malucos e ver sua rotina se transformar.
Não é só aprender a se virar, lavar, passar, cozinhar.
Não é só comer comidas diferentes, pagar suas contas e se preocupar com o aluguel.
Não é só não ter que dar satisfações e ser dona do seu nariz.
Não é só amar o novo, as mudanças e também sentir saudades de pessoas queridas e algumas coisas do seu país.
Não é apenas já saber que é alguém do Brasil ligando quando toca seu celular e aparece número privado.
Não é só a distância.
Não são apenas as novidades.
Não é só uma nova vista ao abrir a janela.
Morar fora é se conhecer muito mais...
É amadurecer e ver um mundo de possibilidades a sua frente.
É ver que é possível sim, fazer tudo aquilo que você sempre sonhou e que parecia tão surreal.
É perceber que o mundo está na sua cara e você pode sim, conhecê-lo inteiro.
É ver seus objetivos mudarem. É mudar de ideia. É colocar em prática.
É ver sua mente se abrir muito mais, em todos os momentos.
É se ver aberto para a vida. É não ter medo de arriscar. É aceitar desafios constantes.
É se sentir na Terra do Nunca e querer voltar e não conseguir se imaginar no mesmo lugar.
Morar em outro país é se surpreender com você mesmo.
É se descobrir e notar que na verdade, você não conhecia a fundo algo que sempre achou que conhecia muito bem: Você mesmo!

Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Temporada de Havaianas

Chegou o verão e espero que a "temporada das havaianas" seja quente, longa e de preferência com poucos dias de céu nublado :)




E viva os Beatles... "here comes the sun, it's all right".




Bjos e abraços
Rafa

sábado, 18 de junho de 2011

This is my Vancouver

Depois de toda a confusão que aconteceu em Vancouver, imaginei que eu fosse acordar no dia seguinte e encontrar uma cidade em luto, pessoas transferindo a culpa para a prefeitura e a polícia, mas foi ai que percebi a grande diferença entre um país de primeiro mundo e o de terceiro.

Ao sair do prédio dei de cara com uma das portas protegidas por madeira, era o sinal de que os vândalos haviam passado por ali. Na rua encontrei com os verdadeiros moradores de Vancouver, aqueles que acordaram às 7 da manhã e foram para a rua varrer as calçadas, limpar as paredes, recolher lixo e etc. Não tinha idade, não tinha nacionalidade, o que tinha era uma lição de cidadania que me deu orgulho de morar aqui.





Os jornais fizeram questão de encontrar corajosos pacificadores que estavam em meio aos vândalos pedindo que eles parassem de destruir a cidade e a frase dita por eles era sempre: “Esta é a nossa cidade. O que há de errado com vcs?”

Exceto pelos vidros, os que ainda não foram trocados, parece que nada aconteceu. A cidade continua mais viva do que nunca e a paixão das pessoas por Vancouver simplesmente provou que este foi um acontecimento atípico (ainda acredito que o quebra-quebra aconteceria mesmo se o time tivesse ganhado. Afinal, como disse Rex Murphy, "Idiotas não precisam de motivo para serem idiotas"). Por onde os vândalos passaram os cidadãos deixaram mensagens contra violência e agradecimentos a polícia. 






A companhia de seguro vai pagar os prejuízos dos donos dos veículos queimados e destruídos. O dono da London Drugs estima um prejuízo de mais de 1 milhão, apenas no que foi quebrado, fora o que foi saqueado. Uma empresa de aluguel de carros por hora teve um dos seus veículos destruído e no dia seguinte, foi presenteada pelo seu concorrente com uma caixa de doces como forma de apoio. Parece pegadinha, não? Pois bem, isso é solidariedade e cidadania.

Sabe aquela história de “Não sei, não vi”? Aqui não tem isso, não. Ninguém tem medo de denunciar ninguém. Fez coisa errada? Vai pagar por isso. Este site http://blog.deliciousjuice.com/2011/06/16/only-human/ colocou a foto de alguns vândalos com o nome da escola onde estudam, troca de mensagens pelo Facebook e um deles até um link com os dados do pai, que é médico.


O The Bay ofereceu hoje um café da manhã para todas as pessoas que ajudaram a limpar a cidade. 



Por fim, gostaria de dividir com vcs o vídeo abaixo. Rex Murphy seria o Arnaldo Jabor canadense. 




Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vandalismo e Caos

Ontem foi a final da Stanley Cup entre o time de Vancouver e Boston. A cidade se tornou um mar azul, verde e branco e era impossível não se envolver em tamanha energia. Minha relação de ódio com o hóquei se transformou em amor e nem as brigas me incomodavam. Nos playoffs assistimos jogos no telão na rua, na galera. Penduramos o cartaz "Go Canucks Go" na nossa varanda. Tudo parecia perfeito, ganhando ou perdendo o povo parecia feliz. 

A partir do Game 2 notamos a presença de seguranças no nosso prédio, imaginei que fosse por conta da multidão que ficava nas proximidades do prédio (telão na Georgia St e comemorações na Granville St). Sexta foi o Game 6 e sábado de manhã, qdo saímos de casa vimos duas poças de sangue na esquina do prédio e acho que comecei a entender a razão da segurança. Sinais de testosterona e bebida. A liquor store fechou as portas as 4pm.

Acabou o jogo, Canucks perdeu e o que era para ser festa se tornou um caos. Sentada no sofá vi uma nuvem preta subir na direção da biblioteca e chamei o Valter. Mudamos para o canal de notícias e era o início do vandalismo. Viraram um carro e colocaram fogo. Da nossa varanda assistimos ao show de horror, pessoas correndo, polícia se aproximando e mais carros em chamas. Vitrines quebradas, lojas saqueadas e torcedores imbecis riam e fotografavam a completa desgraça. Qdo o repórter perguntava o que eles acham, diziam que sentiam vergonha do que estava acontecendo, porém não iam para casa. Eram adolescentes, molecada e como ouvi ontem: "Too much donuts and too little brain". 



Por um momento tive a estúpida ideia de sugerir ao Valter de nos jogarmos na muvuca, até que a muvuca começou a chegar perto do nosso prédio e subiu mais uma fumaça preta. Outro carro em chamas, sim, me senti insegura. No estacionamento aqui atrás atearam fogo em papelões e pulavam nos carros. Ligamos para a polícia. Mas em meio a tudo isso era possível ver pessoas que estavam ali para conter a violência desnecessária. Um cara apareceu com um extintor, foi vaiado, mas não se intimidou. Quatro horas depois chegou reforço policial, a cidade destruída e, juro, eu não conseguia acreditar que eu estava vivendo isso.



Minha opinião? Assim como durante o G20 em Toronto, vi em Vancouver uma polícia sem preparo. Aqui um policial ganha 80k por ano, salário não é desculpa. Acredito que pelo fato de não lidarem com esse tipo de situações com frequência eles simplesmente não sabem o que fazer e não fazem. Não sou a favor da violência da polícia brasileira, mas a polícia canadense precisa de treinamento... salvar gatinho de cima da árvore ficou no passado, há muito tempo.

A polícia e o prefeito de Vancouver pedem que a população envie as fotos e vídeos dos marginais para que eles sejam identificados e punidos.

Criaram um Tumblr com fotos de testemunhas: http://vancityriotcriminals.tumblr.com cenas horrorosas e desprezíveis de violência.

Este não foi o primeiro ato de vandalismo na cidade por conta do hóquei. Em 1994, quando o Canucks perdeu a Stanley Cup para o New York Rangers o vandalismo também destruiu a cidade e só terminou na manhã seguinte. A polícia considera que fez um bom trabalho. Foram 15 carros queimados, entre eles duas viaturas da polícia. Dezenas de vitrines destruídas. De acordo com a polícia o número de pessoas envolvidas foi três vezes maior do que em 1994 e esse grupo de vândalos também atacou durante as Olimpíadas.

Ontem a noite todas as vitrines destruídas foram substituídas por madeira. Hoje as pessoas escrevem suas desculpas pelos vândalos e agradecem o trabalho da polícia e bombeiros.


É, acho que ano que vem Vancouver cai no conceito de melhor cidade para se viver. Sinto vergonha pela cidade, pelo país e pelo esporte!

Bjos e abraços
Rafa

terça-feira, 7 de junho de 2011

Guia do Canadá

Ao procurar por destinos em BC encontrei um guia de viagem do Canadá, em português e atualizado. Tem várias informações bacanas e ajuda bastante.


http://www.personal.tur.br/wp-content/uploads/2011/04/Canada-Guide.pdf




Bjos e abraços
Rafa

domingo, 5 de junho de 2011

Victoria Day - parte 3/3

Fomos para Whistler e desta vez São Pedro foi generoso e mandou o sol. Na saída de Vancouver estava chovendo, pegamos muita neblina e por fim, sol. 


O caminho até Whistler é lindo, vegetação, as paredes de pedra, a vista para o mar. Ando dizendo que quanto mais eu conheço BC, mais eu gosto deste lugar. 





Passamos pela Cypress para fotografar lá de cima, mas a neblina estava muito forte e sem nenhuma chance de tirar fotos. Mas não desistimos, paramos em outros pontos, com o céu aberto e a vista é linda. 




Na estrada vi um urso e fiz o Valter parar o carro. Lá estava ele, todo tranquilo comendo grama enquanto era fotografado. Um outro carro tbém parou, bem próximo do animal e começou a jogar alimento. Achei o cúmulo da falta de noção, afinal, sinais por toda a rodovia alertam que NÃO é para alimentar os ursos. 





Chegamos na Whistler Village e estava acontecendo uma exposição de carros de colecionador. O Valter não gostou quase nada! 





Passeamos por toda a vila, assistimos ao jogo do Canucks, almoçamos, pegamos o GPS e saímos para conhecer os lakes ao redor. Meu Deus, como Whistler é linda!! Detalhe, com a neve derretendo, agora o esporte é Mountain Bike.






















Na volta para casa, outro urso, desta vez do outro lado da estrada. As pessoas estavam parando os carros e descendo par fotografar, tipo sem medo nenhum. Achei irresponsável fica tão próximo, afinal não é uma gatinho domesticado, é um urso. 





 


E na volta, este por do sol maravilhoso :) 


Bjos e abraços
Rafa

sábado, 4 de junho de 2011

Victoria Day - parte 2/3

A convite de um colega de trabalho do Valter fomos ao Cloverdale Rodeo. Essa história de rodeio não é muito a minha praia, mas deste eu gostei, e muito, talvez pq não tinha Zezé di Camargo, Chitãozinho e por ai vai, rs. Enfim, rodeio é outra coisa que o Valter gosta bastante e estávamos curiosos para saber como é aqui.

O rodeio de Cloverdale está na 65a. edição e é bem famoso por estas bandas. Sobre a estrutura, posso dizer que é dividido em três partes. O parque de diversões e alimentação, o salão onde o pessoal vai para dançar e a arena. Os três lugares são independentes, ou seja, vc paga a parte para entrar em cada lugar, porém para ter acesso a arena e ao salão obrigatoriamente vc tem que pagar pelo acesso ao parque. Não sai barato, não. 

A tarde, quando chegamos, tinham muitas famílias e criançada. A fila para entrar no salão estava gigante e se manteve até a hora que fomos embora. A noite já não tinham mais famílias e sim adolescentes espalhados pelo parque de diversões. Vai ver que os pais vão embora, deixam os filhos, e depois voltam para buscar.

O tempo estava seco e a arquibancada da arena não estava lotada. Foi bem legal assistir as apresentações e ao rodeio sem muvuca. Entre os peões tinham os famosos de Calgary e Texas e é claro que as melhores apresentações da noite foram deles.

Uma coisa que me chamou a atenção foram as mulheres que carregam as bandeiras. No Brasil costumam ser as modelos jovens, lindas, magras e maquiadas, aqui eram umas mulheres mais velhas e estavam longe de ser lindas e magras. 

Senta que lá vem as fotos: 























Bjos e abraços
Rafa