No Canadá o Thanksgiving ou Dia de Ação de Graças é comemorado na segunda-feira da segunda semana do mês de outubro, que é quando se agradece pela colheita. Os jantares ou almoços são fartos, com o famoso peru e a torta de abóbora, ícones da celebração.
Fomos
convidados por uma família chinesa/canadense para celebrar o thanksgiving na
casa deles, além de nós também tinha uma família da Africa do Sul. Fiquei super
feliz pelo convite e principalmente pelo carinho que esta família tem por nós. Eles
estão sempre preocupados com nosso bem estar e tentam ao máximo fazer com que a
gente se sinta adaptados a Vancouver. Sabe imigrante que está aqui há 20 anos e
sabe das dificuldades dos primeiros anos e simplesmente abre sua casa, sua
família e te oferece suporte sem ao menos te conhecer direito? E fazem isso de
graça, sem esperar nada em troca. Acredito que todo imigrante tenha seu “anjo
da guarda”.
A
mesa estava lotada de comida, me senti em uma ceia de natal brasileira, por
conta da diversidade e quantidade de alimentos e bebidas. A mãe dele quem
cozinhou tudo e estava uma delicia. Quem me dera se há 20 anos meus pais que
tivessem imigrado! Quando sentamos a mesa, a esposa disse: “Rafa pedi a minha
sogra que preparasse tudo sem pimenta preta, por causa da sua alergia.” Fiquei
morrendo de vergonha, uma ceia para dez pessoas e a preparação sofreu ajustes
por minha causa. Fala se não é carinho demais?
A filha
mais velha do casal tem 4 aninhos, uma fofa, que me chama de “aunt RafIÉla”. A
garota me adora, bastou eu brincar de bola com ela uma tarde aqui em casa e
pronto, virei a tia preferida. O mais engraçado foi na hora de embora, quando
ela virou para a mãe e disse: “A tia RafIÉla não vai dormir aqui?” Hahahaha…
não sou das mais jeitosas com crianças e muito menos melosa, mas não sei porque
razão elas me amam.
Foi
tudo muito agradável, mas confesso que ainda não me acostumei com o fato das
pessoas não se tocarem e muito menos se abraçarem, sabia? É muito estranho!
Ainda não aprendi como demonstrar que ‘fiquei MEGA feliz com o convite, com a
comida sem pimenta preta e com a noite de risadas’ sem ser com um abraço
forte. Eis que te levam até a porta e vc diz: “Obrigada. Estava uma delícia!”
Para mim isso ainda soa muito frio. O que eu queria era dar um abraço bem
apertado na a mãe chinesa e dizer: “Sua comida é sensacional!” Apertar o pai
chinês e dizer: “É sempre um prazer ouvir suas histórias e seu sorriso é
contagiante.” Abraçar o casal de amigos e falar: “Obrigada pelo carinho, vocês
são muito especias.” Queria encher a filha de 4 anos de beijo, abraçá-la e
girál-a no ar. Não me sinto a vontade para fazer isso e volto pra casa com a
dúvida: Será que para eles o meu “Muito obrigada” tem o mesmo efeito do meu
abraço apertado?
Bjos e abraços
Rafa
Deve ter sido um super Thanksgiving. Muito legal encontrar gente legal assim.
ResponderExcluirE a vida segue...
Nós jantamos com nossos vizinhos ucranianos e a quantidade de comida foi imensa. Na hora de ir embora eu dei um abraço na minha amiga porque é dificil mesmo agradecer sem contato fisico, rs.
ResponderExcluirOi Rafa!
ResponderExcluirQue bom ter gente assim por perto ne?
Realmente nos sentimos muito mais seguros e protegidos.
Tb adorei demais conhecer vc!
E vamos nos ver mais entoa, hein? Não some!
Bjão bella
Silvia
Oi Rafa
ResponderExcluirMeu nome é Gabriela. Já há algum tempo eu e meu marido Diego estamos acompanhando o seu blog. E adoramos ler as novidades. Nós estamos dando entrada no processo de imigração para o Canadá e é sempre um estímulo aprender com vocês. Nossa intenção também é ir para Vancouver e é um delícia acompanhar o momento que vocês passam. Nós também montamos um blog que ainda está bem no começo. O nome é www.filhosdomundo.com
Acho que é uma maneira de descrever os sentimentos em cada etapa do processo!!! Parabéns pelo blog!!! Continue sempre postando que nós adoramos seguir!!!!
Beijão
Gabi e Di
Oi Rafa,
ResponderExcluirÉ questão de adaptação mesmo. Outro dia estava tendo uma "sessão terapia" com a minha técnica de patinação, trocamos histórias, até chorei... minha vontade também era dar um abraço apertado nela mas não faz parte da cultura.
Mas confesso que quando voltei pro BR depois de morar 1 ano nos States sem contato nenhum com brasileiro achei todo mundo muito pegajoso!
beijos
Olha Rafa, pela experiência inglesa posso dizer que tem sim... Eles aqui são cheios de nove horas com essa história de polite. Trombam com vc na rua, quase te arrancam o braço e soltam um sorry. Sempre mando um great na frase e emendo um many thanks para eles entenderem que eu realmente gostei MUITO hahaha.
ResponderExcluirMas é foda! Te entendo!!! Abracei uma vez uma Tailandesa com toda a minha força e ela me olhando com cara de e.t. quase chorei! rsrs