quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Louco é pouco!



Para quem mora no Canadá ou para quem já veio visitar sabe que a quantidade de louco espalhada pela cidade chama atenção. Quando vejo um maluco mudo de calçada, diminuo a velocidade dos passos ou aumento. Melhor previnir do que remediar, pq já ouvi casos de gente que tomou umas pancadas desses doidos sem terem feito absolutamente nada, apenas por estar no lugar errado na hora errada.

Um dia desses eu e uma amiga estávamos caminhando quando um maluco começou a nos xingar. Minha vontade era responder com o mesmo vocabulário chulo que ele se referia a nós, mas faltou coragem. Sugeri mostrar o dedo e sair correndo, mas pensei: “E se o doido for mais rápido que eu na corrida?” O melhor era sair de perto o quanto antes, foi o que fizemos.

Ontem, no curso, o professor falava e a turma toda em silêncio absoluto, assim como em todo centro de estudos o silêncio imperava. De repente escuto a voz de um homem gritando muito alto. Bravo ele xingava um mundo de palavrões. Meu professor, um aposentado das forças armadas canadenses saiu da sala para ver o que estava acontecendo. Meu coração quase saiu pela boca por conta do susto que levei. Pelo vão da porta consegui ver o rosto da professora que levou o xingo. Coitada, pálida feito uma folha de sulfite e imóvel como uma estátua ela não teve nenhuma reação. Era possível ouvir os gritos se afastando, o homem havia deixado o local. Eis que volta o professor com um sorriso no rosto e diz: “Por isso que não dou aula de matemática.” Pasmem, o cara estava possuído de raiva por causa de um exercício de matemática.

Bjos e abraços
Rafa

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Thanksgiving



No Canadá o Thanksgiving ou Dia de Ação de Graças é comemorado na segunda-feira da segunda semana do mês de outubro, que é quando se agradece pela colheita. Os jantares ou almoços são fartos, com o famoso peru e a torta de abóbora, ícones da celebração. 

Fomos convidados por uma família chinesa/canadense para celebrar o thanksgiving na casa deles, além de nós também tinha uma família da Africa do Sul. Fiquei super feliz pelo convite e principalmente pelo carinho que esta família tem por nós. Eles estão sempre preocupados com nosso bem estar e tentam ao máximo fazer com que a gente se sinta adaptados a Vancouver. Sabe imigrante que está aqui há 20 anos e sabe das dificuldades dos primeiros anos e simplesmente abre sua casa, sua família e te oferece suporte sem ao menos te conhecer direito? E fazem isso de graça, sem esperar nada em troca. Acredito que todo imigrante tenha seu “anjo da guarda”.

A mesa estava lotada de comida, me senti em uma ceia de natal brasileira, por conta da diversidade e quantidade de alimentos e bebidas. A mãe dele quem cozinhou tudo e estava uma delicia. Quem me dera se há 20 anos meus pais que tivessem imigrado! Quando sentamos a mesa, a esposa disse: “Rafa pedi a minha sogra que preparasse tudo sem pimenta preta, por causa da sua alergia.” Fiquei morrendo de vergonha, uma ceia para dez pessoas e a preparação sofreu ajustes por minha causa. Fala se não é carinho demais?

A filha mais velha do casal tem 4 aninhos, uma fofa, que me chama de “aunt RafIÉla”. A garota me adora, bastou eu brincar de bola com ela uma tarde aqui em casa e pronto, virei a tia preferida. O mais engraçado foi na hora de embora, quando ela virou para a mãe e disse: “A tia RafIÉla não vai dormir aqui?” Hahahaha… não sou das mais jeitosas com crianças e muito menos melosa, mas não sei porque razão elas me amam.

Foi tudo muito agradável, mas confesso que ainda não me acostumei com o fato das pessoas não se tocarem e muito menos se abraçarem, sabia? É muito estranho! Ainda não aprendi como demonstrar que ‘fiquei MEGA feliz com o convite, com a comida sem pimenta preta e com a noite de risadas’ sem ser com um abraço forte. Eis que te levam até a porta e vc diz: “Obrigada. Estava uma delícia!” Para mim isso ainda soa muito frio. O que eu queria era dar um abraço bem apertado na a mãe chinesa e dizer: “Sua comida é sensacional!” Apertar o pai chinês e dizer: “É sempre um prazer ouvir suas histórias e seu sorriso é contagiante.” Abraçar o casal de amigos e falar: “Obrigada pelo carinho, vocês são muito especias.” Queria encher a filha de 4 anos de beijo, abraçá-la e girál-a no ar. Não me sinto a vontade para fazer isso e volto pra casa com a dúvida: Será que para eles o meu “Muito obrigada” tem o mesmo efeito do meu abraço apertado?

Bjos e abraços
Rafa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A saga do visto Americano


Antes de imigrar decidi que deixaria para tirar o visto Americano no Canadá, afinal eu já havia lido relatos de brasileiros que conseguiram o visto de primeira e logo que chegaram ao país. Então lá fui eu, depois de 4 meses no Canadá dei entrada nos trâmites do visto que começa com o pagamento de uma taxa que te dava acesso ao site e o preenchimento dos formulários. Depois é preciso pagar a taxa do visto, fazer o agendamento pela internet e ir para a entrevista com todos os documentos possíveis e imagináveis.

No dia da entrevista eu estava tensa, (mas isso não é novidade, pq eu sempre estou tensa) mas vamos combinar que entrar no consulado Americano deixa qualquer pessoa tensa. Vc passa por revistas, raio x e lá dentro tem um monte de quadro nas paredes com a cara dos suspeitos ao atentado de 11 de setembro e valor de recompensa.

Em Toronto tudo acontece em uma sala, primeiro eles coletam as digitais e vc aguarda para a entrevista enquanto assiste o povo ter seus vistos negados, o que deixa mais apreenssivo ainda. Eu já estava fazendo cálculos de probabilidade e torcendo para não cair no guichê do cara que reprovava todo mundo. É, a sorte não estava ao meu lado, minha senha apareceu na TV e me direcionava para o guichê do “não”.

O oficial perguntou há quanto tempo eu estava no Canadá e o que queria fazer nos EUA, tbém perguntou onde eu me hospedaria e logo puxou uma pasta com uma maldita folha cor de rosa. Ele preencheu e disse: "Seu visto foi negado." Perguntei: "Pq?" E ele disse que eu não tinha família e nem raízes suficientes com o país. Tentei argumentar, em vão, mas perguntei quando eu poderia aplicar novamente e o oficial respondeu que daqui algunS anoS.

Coloquei o rabinho entre as pernas e fui para casa triste. Mais um não para a lista de "nãos" que tomamos quando chegamos ao Canadá.

O tempo passou e simplesmente desencanei dessa história de ir para os EUA. Não queria ter o trabalho de tentar tirar o visto novamente, mas enfim, com Seattle aqui ao lado e calhou do Valter ter sido convidado para um evento nas terras de Obama, então era a minha chance de tentar novamente.

Passado um ano resolvi arriscar, afinal muita água já passou embaixo desta ponte. O processo mudou bastante desde a primeira tentativa. Já não é necessário pagar a taxa para ter acesso ao site, basta pagar a taxa para o visto que pode ser feito on-line com pagamento no cartão de crédito. Fiz todo o preenchimento e as datas para entrevista estavam bem distantes, mas agendei uma data qualquer e a cada 2h eu entrava novamente no site para ver se tinham aberto mais horários e com isso consegui diminuir 2 dias, 5 dias, 1 semana e finalmente consegui a data e horário que eu queria.

Ao chegar para a entrevista tem uma fila para cada horário e uma pessoa que confirma o seu nome e agendamento antes de termos acesso ao prédio. A americana pegou meu passaporte, olhou a cidade de nascimento e falou: “Tenho uma amiga que chega amanhã. Ela vem da sua cidade!” E sorriu. Sorriu??? Sim, Rafaela, ela sorriu. Quase cai de costas, será que estou no lugar certo? De lá começa a revista e raio x, um official acompanha até uma recepcionista que sorridente te diz bom dia e pergunta qual seu tipo de visto. E nesta sala (sem nenhum quadro com terroristas e recompensas) esperei para tirar as impressões digitais, em seguida a senha aparece na TV e é preciso ir para outro andar. Um outro oficial acompanha até uma sala onde estão os guichês para as entrevistas. Não dá para saber o que está acontecendo, diferente de Toronto onde ouvia-se e via-se tudo, aqui é mais difícil.

Quando fui chamada eu não estava nervosa, o que foi bom, assim não falei demais, porém o mais importante é que não falei de menos. Falei o que precisava ser dito. O oficial me fez uma pergunta, respondi e comecei a mexer no meu envelope com documentos e falei para ele que tinha um documento para compravar o que eu havia dito e ele respondeu: “Não precisa, eu confio em vc.” COMO? CÊJURA? E desta vez, sem papel cor de rosa, fui embora com um “sim”, um sorriso no rosto e um visto válido por 10 anos.

Depois de toda esta saga ficam minhas dicas:

-       Se ainda está no Brasil, aproveite que tem emprego e uma poupança gorda para solicitar o visto por ai, certamente será mais fácil;

-     Se está no Canadá e é a primeira vez que solicita o visto americano, não se precipite, espere  “criar raízes” com o país (ter emprego ou estar matriculado na universidade ou college) para não ter que passar por esse estresse de ter o visto negado;

-       Renovação de visto, até onde eu sei, é bem mais tranquilo.


Passo a passo:

Entre no site do consulado Americano: http://canada.usvisa-info.com

Na barra a esquerda tem diversas informações e explicações que ajudam a tirar dúvidas.

No canto inferior direito vc clica para começar o processo.

Faz o pagamento da taxa no valor de $140, no meu caso foi na categoria Visitor Visa for business/pleasure (B1/B2)

Tire uma foto digital (respeitando as especifícações) e faça o download para o formulário. Na dúvida, leve uma foto impressa, do contrário tem uma máquina dentro do consulado e se sua foto for negada vc pode tirar outra na hora por $10 (leve uma nota de 10 dólares para facilitar). No meu caso apenas a digital foi suficiente.

Preencher o formulário DS-160. Ao terminar, imprima tudo e carregue com você.

Se o visto for concedido você pode optar por buscar o passaporte na DHL ou que seja entregue em casa, mediante ao pagamento de uma taxa. Não me lembro o valor, mas algo em torno de $15. Recomendo a entrega em casa, a DHL fica bem for a de mão.

Não esqueça de levar o PR, tem que apresentá-lo.

Leve os documentos do marido / esposa / filhos. Ele me pediu o passaporte do Valter, mas eu não tinha levado, como ele “confiava em mim”, ainda bem que não teve problemas… rs

Leve carta dos empregadores (cargo e salário) ou da escola (carga horária e duração do curso).

Imprima a reserva do hotel que ficará hospedado, as entradas para o evento ou qualquer coisa que vc vá fazer lá.

Qualquer documento que você considere importante, leve. Melhor sobrar do que faltar.

Celulares podem ficar em um guarda-volumes.

Não leve bolsa grande, nenhum tipo de alimento, nenhum líquido… quanto menos coisas para serem revistadas, melhor.


Se faltou algo que não falei, pode perguntar! Vale lembrar que no consulado Americano cada um tem uma experiência diferente, esta foi a minha. Espero que seja útil para vcs. 

Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ah, Vancouver!

Pq será que gosto tanto daqui? Quer saber? Assista o vídeo! 




Bjos e abraços
Rafa

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

True Love or Marriage Fraud?

Adoro documentários, sempre aprendo coisas novas e descubro outras que jamais imaginava. Às segundas, na CBC, eles passam documentários da série: "The passionate eye" com temas variados. Na semana passada o assunto foi o golpe do casamento. 

Mais comum do que eu imaginava esta é uma prática bem recorrente por aqui. Canadenses enganados por estrangeiros que usam a forma mais fácil de entrar no Canadá, que é o casamento. O casal se conhece pela internet, acreditam no amor verdadeiro e eterno, casam e quando o imigrante entra no país o canadense é responsável por ele. O marido/esposa do canadense se torna automaticamente um residente permanente e passa a ter os direitos de residente. Depois de conseguirem o PR desaparecem e o canadense só se dá conta do golpe quando é informado que o seu parceiro está solicitando seu direito a casa, alimentação, seguro saúde, odontológico e todos os direitos que lhe é concedido pelo governo, mas que será bancado pelo canadense que levou o golpe do casamento, por TRÊS anos.

Chega a ser triste ouvir as histórias e por outro lado, ao assistir o documentário não é difícil olhar para o casal e logo pensar: "Não acredito que ela vai cair nesse golpe." Parece que o amor realmente é cego, mas a cegueira tem seu preço. Ainda estou tentando entender o governo canadense e toda a sua bondade.

Quem se interessar, segue o vídeo com os detalhes. Recomendo! 


Bjos e abraços
Rafa

sábado, 24 de setembro de 2011

O jeitinho brasileiro no Canadá


Li uma matéria no OiToronto que fala sobre o jeitinho brasileiro no Canadá e recomendo muito a leitura. Lembrei imediatamente de um caso que aconteceu comigo. Quando mudamos para Vancouver escrevi para um amigo brasileiro que há alguns anos, quando adolescente, veio para cá estudar inglês. Ele me respondeu super empolgado e entre uma coisa e outra lá vem o jeitinho brasileiro. Para não dizer que coloquei ou tirei uma vírgula resolvi colar aqui exatamente como está no e-mail: 
Nossa tem tanta coisa legal ai... Não sei se lá em Toronto funcionava assim, mas vc tem os bilhetes dos ônibus, tem Zona 1, Zona 2 e Zona 3. Vc compra o cartão pela zona, mas tem um que é de estudante (olha a mania de brasileiro e jeitinho) ele vale pras 3 zonas e é metade do preço.....rs......compra esse. Só toma cuidado pq tem alguns cobradores que pedem a carteirinha da escola....rs.
Depois que eu li fiquei pensando por que é que brasileiro gosta de bancar o espertalhão sempre? Enfim, é claro que não são só os brasileiros que gostam de levar vantagem, por este motivo serão instaladas catracas em algumas estações de metrô em Vancouver e quer saber? Para mim, e acredito que a maioria, não muda em nada, visto que pago a tarifa a ser paga, com ou sem catraca.

Outra coisa que me incomoda é brasileiro que não paga gorgeta para os garçons ou dá uma de João sem braço e ao invés de pagar os 15% (ou mais), deixa uma moedinha sem vergonha de um dólar e sai do restaurante com a maior cara lavada. Meu filho, sinto muito, se não quer pagar gorgeta vai comer no fastfood da esquina. Acostume-se, gorgeta no Canadá é sim complementação de salário. Não sou garçonete, mas se no Canadá funciona assim, temos que dançar conforme a música. Certo?

Ufa, desabafo feito! 

Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Como foi o verão?

O desaparecimento desta vez tem nome: verão! Durante esta época do ano tem tantas opções de atividades, feiras, eventos e lugares para visitar que o mais difícil é ficar em casa.

Em agosto fiz um curso de verão. No primeiro dia de aula senti frio na barriga e palpitação. Entrei na sala e para minha surpresa eu era uma das poucas imigrantes, só tinham canadenses. Não demorou muito e medo passou quando me dei conta que eles estavam ali com o mesmo objetivo que eu e pouco se importavam se meu inglês é segunda língua ou não. Puxado, corrido e cheio de desafios, mas valeu a pena.

Agosto é o mês do meu aniversário e, como uma boa leonina, esta é uma data que gosto bastante, por isso tirámos uma semana de férias e fomos viajar. Foi uma semana de férias muito merecidas, depois de 1 ano e meio de Canadá foi bom curtir e colher frutos dos nossos esforços. Além do mais, matamos a saudade de praia de verdade e não de lago, com água quente (até demais, rs), Tenho que confessar que meu corpinho de ursa sentiu o baque quando abriu a porta do aeroporto e veio o bafo quente. O Valter me olhou e disse: "Meu Deus, estamos numa panela de pressão." Enfim, não era isso que queríamos? rs. Viva o ar condicionado!


Fora isso nadamos nas piscinas públicas de Vancouver, andamos de lancha, caminhamos pela cidade, participamos das feiras, parada gay, competição de fogos de artifício, tomamos muito suco natural e até açaí, conheci a família de alguns amigos (adoro), participamos de festas canadenses, acompanhamos a chegada da mais nova canadense da turma, ouvimos muito alecrim dourado (o Victor que o diga) e etc etc e etc. Posso dizer que aproveitamos bastante! Aliás, até terremoto teve... teve? Não senti! Hehehehe...

Prometer eu não vou, mas tentarei ser mais presente por aqui. Desta vez a bronca veio de cima, meu pai disse que já estava cansado de chegar de manhã no trabalho, abrir o blog e não ter novidades. Como sou uma filha obediente, passarei por aqui com mais frequência :)

Bjos e abraços
Rafa

sábado, 30 de julho de 2011

Verão em Whistler

Fomos a Whistler em dia que os termometros registravam 25 graus (esta temperatura é calor em Vancouver). Aproveitamos para passar na Cypress para tirar fotos. Posso dizer que Whistler é tão legal no verão quanto no inverno. Adoro os lakes da região, não canso de admirar a paisagem. O objetivo era fazer o "Peak 2 Peak", mas esquecemos do detalhe do horário, em Whistler as atividades terminam às 4pm eram 3:30pm qdo fomos comprar os tíquetes, então não valia a pena. Ficará para a próxima.







Este é o nosso primeiro verão em Vancouver, dizem que este ano o clima está frio. A parte boa é que não chove e mesmo que não seja queeeeente, pelo menos tem sol quase todos os dias. 

Quando estávamos a procura de lugar para morar uma coisa que nos chamou a atenção é que quase nenhum apartamento tem ar condicionado, mesmo os mais novos. Agora entendemos o por quê. As estações do ano por aqui são amenas e confesso que só de não ter o frio e a neve de Toronto, topo qualquer verãozinho sem vergonha. Não dá para ter tudo na vida, certo? Então, por um inverno ameno, nem me importo de ter que andar sempre com um casaquinho dentro da bolsa durante o no verão. Aqui vc não congela e não cozinha! :)

Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gato ninja

Olhem o cartaz que colaram no elevador do prédio. 


Só para vcs entenderem, as varandas são independentes, não temos nenhum acesso a varanda ao lado, sem contar que tem vidro do chão até a altura do peito. Entre a nossa varanda e a do vizinho tem 3 quartos, ou seja, o gato super ninja realmente só pode ter vindo de algum andar acima. Acho que temos um gatinho voador por aqui!


Bjos e abraços
Rafa

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Update - Canada Day, White Rock e Grouse Mountain

No final de semana levei um carinhoso puxão de orelha de uma leitora assídua do blog que está sentindo faltas dos meus posts, foi ai que me dei conta de que estou há quase um mês sem escrever nada por aqui. Este foi um mês bem agitado e faltou tempo para fazer atualizações, assunto nunca falta! Farei o possível para não ficar tanto tempo longe e aproveito para fazer um update dos acontecimentos passados. 

Canada Day
Foi comemorado no dia 1 de julho, sexta-feira. Vários eventos e comemorações acontecem na cidade, ou melhor, no país. O Duque e a Duquesa de Cambridge, vulgo William e Kate, visitaram o Canadá, mas não passaram por Vancouver.


Ficamos um pouco na Parada do Canada Day, mas eu estava sem a câmera e voltei para casa para buscar. Não sei pq insisto em ir nestas paradas, são tão fraquinhas, tão patrocinadas, tão sem graça... mas enfim, vou em todas com a esperança de que será legal.


Vimos a queima de fogos no Canada Place. Estava lotado, mas sem empurra-empurra, super civilizado, como sempre. Diferente do ano passado, em Toronto, aqui ficamos bem pertinho da queima de fogos. Foi muito bonito!











White Rock
No dia seguinte fomos para White Rock com a Carina e o Victor. Eles já escreveram a respeito no blog deles, então clique aqui para ler.


Adoramos a cidade, a praia tem água morna e o dia estava lindo! Pra variar, quanto mais conheço a região, mais me surpreendo positivamente com o que vejo. Eu nunca tinha ido para Surrey. A cidade tem fama de ser uma perigosa (dentro dos padrões exagerados dos canadenses), lá vive uma grande concentração de indianos, o que faz com que algumas pessoas atribuam a violência a eles. Enfim, quando o ônibus começa a atravessar a cidade vc pensa: Jura que estou no Canadá? 


Este é um lugar super recomendado para levar as visitas. Vale a pena! 













Grouse Mountain
Num domingo de sol fomos a Grouse Mountain. Agora que quase toda a neve foi embora dá para andar pela montanha e conhecer pontos que antes só era possível fazendo snowboarding ou ski. A vista lá de cima é sempre linda, com o dia aberto e céu azul, fica mais bonita ainda.












Ufa! Acho que agora já posso ficar mais um mês sem postar :) 


Bjos e abraços
Rafa

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Morar fora

Compartilho com vcs  o texto que li no blog da Márcia, uma grande amiga de Toronto. Difícil não se identificar com alguma coisa.


Morar Fora
(Autor desconhecido)

Não é apenas aprender uma nova língua. 
Não é apenas caminhar por ruas diferentes ou conhecer pessoas e culturas diversificadas. 
Não é apenas o valor do dinheiro que muda.
Não é apenas trabalhar em algo que você nunca faria no seu país.
Não é apenas conquistar um diploma ou fazer um curso diferente.
Morar fora não é só fazer amigos novos e colecionar fotos diferentes.
Não é só ter horários malucos e ver sua rotina se transformar.
Não é só aprender a se virar, lavar, passar, cozinhar.
Não é só comer comidas diferentes, pagar suas contas e se preocupar com o aluguel.
Não é só não ter que dar satisfações e ser dona do seu nariz.
Não é só amar o novo, as mudanças e também sentir saudades de pessoas queridas e algumas coisas do seu país.
Não é apenas já saber que é alguém do Brasil ligando quando toca seu celular e aparece número privado.
Não é só a distância.
Não são apenas as novidades.
Não é só uma nova vista ao abrir a janela.
Morar fora é se conhecer muito mais...
É amadurecer e ver um mundo de possibilidades a sua frente.
É ver que é possível sim, fazer tudo aquilo que você sempre sonhou e que parecia tão surreal.
É perceber que o mundo está na sua cara e você pode sim, conhecê-lo inteiro.
É ver seus objetivos mudarem. É mudar de ideia. É colocar em prática.
É ver sua mente se abrir muito mais, em todos os momentos.
É se ver aberto para a vida. É não ter medo de arriscar. É aceitar desafios constantes.
É se sentir na Terra do Nunca e querer voltar e não conseguir se imaginar no mesmo lugar.
Morar em outro país é se surpreender com você mesmo.
É se descobrir e notar que na verdade, você não conhecia a fundo algo que sempre achou que conhecia muito bem: Você mesmo!

Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Temporada de Havaianas

Chegou o verão e espero que a "temporada das havaianas" seja quente, longa e de preferência com poucos dias de céu nublado :)




E viva os Beatles... "here comes the sun, it's all right".




Bjos e abraços
Rafa

sábado, 18 de junho de 2011

This is my Vancouver

Depois de toda a confusão que aconteceu em Vancouver, imaginei que eu fosse acordar no dia seguinte e encontrar uma cidade em luto, pessoas transferindo a culpa para a prefeitura e a polícia, mas foi ai que percebi a grande diferença entre um país de primeiro mundo e o de terceiro.

Ao sair do prédio dei de cara com uma das portas protegidas por madeira, era o sinal de que os vândalos haviam passado por ali. Na rua encontrei com os verdadeiros moradores de Vancouver, aqueles que acordaram às 7 da manhã e foram para a rua varrer as calçadas, limpar as paredes, recolher lixo e etc. Não tinha idade, não tinha nacionalidade, o que tinha era uma lição de cidadania que me deu orgulho de morar aqui.





Os jornais fizeram questão de encontrar corajosos pacificadores que estavam em meio aos vândalos pedindo que eles parassem de destruir a cidade e a frase dita por eles era sempre: “Esta é a nossa cidade. O que há de errado com vcs?”

Exceto pelos vidros, os que ainda não foram trocados, parece que nada aconteceu. A cidade continua mais viva do que nunca e a paixão das pessoas por Vancouver simplesmente provou que este foi um acontecimento atípico (ainda acredito que o quebra-quebra aconteceria mesmo se o time tivesse ganhado. Afinal, como disse Rex Murphy, "Idiotas não precisam de motivo para serem idiotas"). Por onde os vândalos passaram os cidadãos deixaram mensagens contra violência e agradecimentos a polícia. 






A companhia de seguro vai pagar os prejuízos dos donos dos veículos queimados e destruídos. O dono da London Drugs estima um prejuízo de mais de 1 milhão, apenas no que foi quebrado, fora o que foi saqueado. Uma empresa de aluguel de carros por hora teve um dos seus veículos destruído e no dia seguinte, foi presenteada pelo seu concorrente com uma caixa de doces como forma de apoio. Parece pegadinha, não? Pois bem, isso é solidariedade e cidadania.

Sabe aquela história de “Não sei, não vi”? Aqui não tem isso, não. Ninguém tem medo de denunciar ninguém. Fez coisa errada? Vai pagar por isso. Este site http://blog.deliciousjuice.com/2011/06/16/only-human/ colocou a foto de alguns vândalos com o nome da escola onde estudam, troca de mensagens pelo Facebook e um deles até um link com os dados do pai, que é médico.


O The Bay ofereceu hoje um café da manhã para todas as pessoas que ajudaram a limpar a cidade. 



Por fim, gostaria de dividir com vcs o vídeo abaixo. Rex Murphy seria o Arnaldo Jabor canadense. 




Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vandalismo e Caos

Ontem foi a final da Stanley Cup entre o time de Vancouver e Boston. A cidade se tornou um mar azul, verde e branco e era impossível não se envolver em tamanha energia. Minha relação de ódio com o hóquei se transformou em amor e nem as brigas me incomodavam. Nos playoffs assistimos jogos no telão na rua, na galera. Penduramos o cartaz "Go Canucks Go" na nossa varanda. Tudo parecia perfeito, ganhando ou perdendo o povo parecia feliz. 

A partir do Game 2 notamos a presença de seguranças no nosso prédio, imaginei que fosse por conta da multidão que ficava nas proximidades do prédio (telão na Georgia St e comemorações na Granville St). Sexta foi o Game 6 e sábado de manhã, qdo saímos de casa vimos duas poças de sangue na esquina do prédio e acho que comecei a entender a razão da segurança. Sinais de testosterona e bebida. A liquor store fechou as portas as 4pm.

Acabou o jogo, Canucks perdeu e o que era para ser festa se tornou um caos. Sentada no sofá vi uma nuvem preta subir na direção da biblioteca e chamei o Valter. Mudamos para o canal de notícias e era o início do vandalismo. Viraram um carro e colocaram fogo. Da nossa varanda assistimos ao show de horror, pessoas correndo, polícia se aproximando e mais carros em chamas. Vitrines quebradas, lojas saqueadas e torcedores imbecis riam e fotografavam a completa desgraça. Qdo o repórter perguntava o que eles acham, diziam que sentiam vergonha do que estava acontecendo, porém não iam para casa. Eram adolescentes, molecada e como ouvi ontem: "Too much donuts and too little brain". 



Por um momento tive a estúpida ideia de sugerir ao Valter de nos jogarmos na muvuca, até que a muvuca começou a chegar perto do nosso prédio e subiu mais uma fumaça preta. Outro carro em chamas, sim, me senti insegura. No estacionamento aqui atrás atearam fogo em papelões e pulavam nos carros. Ligamos para a polícia. Mas em meio a tudo isso era possível ver pessoas que estavam ali para conter a violência desnecessária. Um cara apareceu com um extintor, foi vaiado, mas não se intimidou. Quatro horas depois chegou reforço policial, a cidade destruída e, juro, eu não conseguia acreditar que eu estava vivendo isso.



Minha opinião? Assim como durante o G20 em Toronto, vi em Vancouver uma polícia sem preparo. Aqui um policial ganha 80k por ano, salário não é desculpa. Acredito que pelo fato de não lidarem com esse tipo de situações com frequência eles simplesmente não sabem o que fazer e não fazem. Não sou a favor da violência da polícia brasileira, mas a polícia canadense precisa de treinamento... salvar gatinho de cima da árvore ficou no passado, há muito tempo.

A polícia e o prefeito de Vancouver pedem que a população envie as fotos e vídeos dos marginais para que eles sejam identificados e punidos.

Criaram um Tumblr com fotos de testemunhas: http://vancityriotcriminals.tumblr.com cenas horrorosas e desprezíveis de violência.

Este não foi o primeiro ato de vandalismo na cidade por conta do hóquei. Em 1994, quando o Canucks perdeu a Stanley Cup para o New York Rangers o vandalismo também destruiu a cidade e só terminou na manhã seguinte. A polícia considera que fez um bom trabalho. Foram 15 carros queimados, entre eles duas viaturas da polícia. Dezenas de vitrines destruídas. De acordo com a polícia o número de pessoas envolvidas foi três vezes maior do que em 1994 e esse grupo de vândalos também atacou durante as Olimpíadas.

Ontem a noite todas as vitrines destruídas foram substituídas por madeira. Hoje as pessoas escrevem suas desculpas pelos vândalos e agradecem o trabalho da polícia e bombeiros.


É, acho que ano que vem Vancouver cai no conceito de melhor cidade para se viver. Sinto vergonha pela cidade, pelo país e pelo esporte!

Bjos e abraços
Rafa