domingo, 27 de março de 2011

1 ano

Há um ano atrás chegávamos ao Canadá. Se de um lado tínhamos dúvidas e medos, do outro muita força de vontade e perseverança. E foi com esta vontade que superamos todas às vezes que nos disseram "não", com nossas conquistas perdemos o medo e ganhamos confiança.

Até agora, contabilizamos 8 meses morando em Toronto e 4 em Vancouver. O próximo destino? Só Deus sabe! 

Às nossas famílias e aos amigos, nossos sinceros agradecimentos pelo apoio e carinho. Aos blogueiros de plantão, obrigada por dividir suas experiências e acompanhar nossa trajetória.

O balanço deste primeiro ano é de muita garra e determinação. Não temos do que reclamar, temos muito que agradecer. Na pequena lista abaixo, cito algumas coisas que aprendi neste um ano de Canadá.

Em um ano de Canadá aprendi que...

- Um ano passa muito rápido e que ao mesmo tempo a impressão é que tantas coisas aconteceram que parece que estamos aqui há muito mais tempo;

- Comer donuts do Tim Hortons engorda e não adianta culpar a secadora de roupas;

- Não temos raízes e vamos onde o vento nos leva;

- Amizades se constroem aos poucos e com o tempo;

- É preciso ser tolerante e ter paciência;

- Que as meninas que usam botas até o joelho não são paquitas, na verdade estão se protegendo do frio;

- O inverno é mais divertido do que parece;

- Os dias de verão são maravilhosos;

- As folhas das árvores no outono são lindas de morrer;

- As tulipas da primavera alegram meu dia;

- As pessoas não te julgam pela sua conta bancária ou pela marca da sua roupa;

- Viver num país multicultural é um aprendizado diário;

- Existem canadenses que odeiam hóquei;

- As pessoas confiam nas outras, até que se prove o contrário;

- Saudade não passa, apenas aprendemos a lidar com ela;

- Não existe estação do ano para tomar sorvete;

- É preciso viver um dia de cada vez;

- Pessoas especiais cruzam nossos caminhos e nos fazem felizes;

- Um e-mail sem motivo, um sms de "Oi" ou um comentário no blog me deixam alegre;

- O canadense é um povo solidário;

- O Canadá é muito grande e que cada cidade tem sua beleza e particularidade, não deve-se julgar a parte todo e vice-versa;

- Tem empregadores que se aproveitam dos trabalhadores voluntários;

- Que o salmão do oceano pacífico é o melhor e mais saboroso que já provei;

- Se você quer alguma coisa, levante a bundinha da cadeira, pois nada cai do céu. 


Se eu pudesse mudar alguma coisa...

- Não teria trazido tantas roupas e calçados do Brasil, ou melhor, não teria trazido quase nada, deixaria este espaço para artigos pessoais e teria comprado tudo aqui.

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Para mim, o mais importante de tudo é a segurança que sinto em morar aqui. Hoje tenho mais medo de cruzar com um dinossauro atravessando a rua do que ser assaltada. E para mim, isso não tem preço.

Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 23 de março de 2011

Vancouver leva mais uma

Segundo a pesquisa divulgada pela WWF-Canada, Vancouver se destaca em primeiro lugar no ranking das 10 cidades canadenses que mais combatem as mudanças climáticas. Vancouver é seguida por Toronto em segundo e o terceiro lugar ficou com Montreal.

O indicadores analisados foram: Redução da emissão de gases de efeito estufa; Energia renovável; Construções e meios de transporte "verdes".

A pontuação máxima é 10. Algumas cidades empataram. Abaixo segue o ranking:

1 - Vancouver: 8.1
2 - Toronto: 7.2
3 - Montreal: 6.2
4 - Victoria: 5.7
4 - Saskatoon: 5.7
6 - Edmonton: 5.5
6 - Hamilton: 5.5
8 - Halifax: 5.3
8 - Mississauga: 5.3
10 - Yellowknife: 5

A WWF-Canada nos convida para participar do Earth Hour, no próximo sábado, dia 26 de março. Basta deixar as luzes apagadas entre as 8:30 e 9:30 p.m.

Bjos e abraços
Rafa

segunda-feira, 21 de março de 2011

Stanley Park

Num domingo de sol resolvemos passear pelo Stanley Park. É comum no inverno, os dias mais bonitos serem os mais frios (na minha percepção) e neste dia não foi diferente, sem contar o ventinho que não deu trégua nem por um minuto.

Fomos até a Denman St e alugamos as bikes, os capacetes (é obrigatório o uso) e cadeados. Tem muitas lojas em toda a rua e os preços variam bastante. Se não me engano, pagamos 5 dólares a hora, mínimo de 2h e incluía capacete e cadeado.

Por conta do frio, pedalamos forte, para esquentar e para tentar sair da sombra o quanto antes, rs. Parávamos só quando tinha um solzinho, assim aproveitávamos para esquentar, mas o vento estava tão forte que dava na mesma. Faremos este passeio muitas outras vezes, com certeza, espero que na próxima oportunidade a temperatura esteja mais alta.

Já tínhamos ido ao Stanley Park de carro. Rodamos todo o parque, paramos para tirar fotos, mas passear de bicicleta é totalmente diferente. Fizemos a volta completa e a vista é espetacular. Fiquei impressionada com a infraestrutura do local. E eu que achava o High Park (Toronto), um parque “modelo”. Engano o meu! Sem desmerecer a beleza do High Park, que continua entre os lugares que eu mais gosto de Toronto, mas está longe de ser um Stanley Park.

O parque é gigante, cheio de árvores e o caminho de bicicleta/patins/caminhada/corrida é beirando a água. Tem praia, piscina, lago, parquinho, café e etc. É realmente sensacional, lindo! A visita é obrigatória.











Olhem o que o Wikipedia tem a dizer:
O Parque de Stanley ou, no inglês original, Stanley Park é um parque urbano de 404.9 hectares em Vancouver,Colúmbia Britânica, Canadá. É o maior parque urbano no Canadá e terceiro maior na América do Norte. O parque atrai cerca de oito milhões de visitantes cada ano, incluindo locais e turistas, que vem pelos seus atributos naturais entre outras coisas. Uma muralha marítima de 8.8 km rodeia o parque, que é usado 2.5 milhões de pedestres, ciclistas e patinadores-em-linha cada ano. Muito do parque permanece florestado com cerca de meio milhão de árvores que podem ter até 76 metros e centenas de anos de vida. Há cerca de 200 km de estradas e caminhos no parque, que são patrulhados pelo Departamento Policial de Vancouver. O Projeto para os Espaços Públicos declarou o Stanley Park como 16º melhor do mundo e o 6º melhor da América do Norte
Bjos e abraços
Rafa

domingo, 20 de março de 2011

É primavera

Oficialmente hoje, 20 de março, começa a primavera. Aqui desde lado do pacífico ela dá sinais de que chegou mesmo. O final de semana foi de céu azul e sol, sem contar que já dá para notar as flores brotando nas árvores.


Seja benvinda, Primavera!

Bjos e abraços
Rafa

sábado, 19 de março de 2011

Snowshoeing


Em um dos nossos muitos passeios a Grouse Mountain decidimos fazer o tal snowshoeing. Basta alugar o snowshoe (que é um suporte com garras que vc ajusta ao seu calçado e com isso não afundamos na neve) e ter muita disposição.


Fomos a tarde, com a intenção de pegar o pôr do sol lá em cima, com isso não dava para enrolar muito na subida. E que subida!



Silêncio, os ursos estão dormindo

Chegou um momento que pensei que eu não fosse mais conseguir, eu sentia um calor lascado, já estava chupando gelo das árvores para ver se a temperatura do corpo baixava e as pernas diziam: “Isso sedentária, tá vendo o que dá fugir da academia?”



Quando eu já estava pronta para me jogar lá de cima e descer feito uma bola de neve, uma senhorinha que estava descendo perguntou se era a minha primeira vez. Respondi que sim, ela olhou no relógio e disse: “Levei 15 minutos para chegar lá em cima, vale a pena, siga as placas que vc vai ver do que estou falando.” Respirei fundo e lá fomos nós. Quando chegamos eu realmente entendi o que a senhorinha estava falando! A vista é inexplicável, é demais ver toda a cidade lá embaixo.



Na volta as descidas são perigosas e para cair é bem fácil. Então fiz algo que eu estava morrendo de vontade: sentei no chão, levantei os braços, escorreguei e gritei até onde dava. Foi muito, muito e muito divertido. Se eu soubesse que a descida seria tão gostosa eu jamais teria pensado em desistir.

Depois de brincar de escorregador, ainda arremessamos umas bolas gigantes de neve um contra o outro. Me senti nos desenhos do Chapolin e seus meteoritos, eram enormes e bastava encostar na cabeça que elas se desfaziam.

 
Na volta já estava escuro, cruzamos com um esquiador que passeia pela montanha de olho em algum perdido ou machucado. O cara é maluco, ele desce entre as árvores, ladeiras que eu não desceria nem brincando de escorregador. Engraçado que na subida vimos marcas na neve e o Valter perguntou se eu achava que eram marcas de esqui e eu, toda sabichona, disse: “É claro que não!” Pelo contrário, é claro que sim!

Depois deitamos no chão para descansar e ficamos olhando para Vancouver, lá embaixo, toda iluminada.

Esporte aprovado! Não há coxas que não ganhem músculos. A vista é um cartão postal! E a descida... ah, a descida...

Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 17 de março de 2011

Daylight Saving Time

Eu adoro o horário de verão, ou melhor, eu AMO!! É uma delícia ver o dia longo, parece que rende mais, dá tempo de fazer mil e uma coisas, me deixa muito animada e com isso quase não paro em casa. O detalhe é que muitas vezes me perco no horário e esqueço de jantar, vou dormir tarde pq fico meio sem noção da hora, mas com o passar do tempo me acostumo e não consigo ver inconveniente.

Aqui em BC os relógios foram ajustados as 2:00 a.m. no segundo domingo de março e termina no primeiro domingo de novembro. Não é o máximo? Para aqueles que não são fãs do horário de verão, deve ser sofrido passar 8 meses com o solzão até tarde. Sendo assim, nossa diferença com o Brasil (horário de Brasília) é de 4h.

Não vejo a hora da primavera chegar e encher essa cidade de tulipas. Sempre que comento que viemos de Toronto e estamos aqui há poucos meses as pessoas dizem: “Quando o tempo esquentar vc vai ver como esta cidade muda”. Confesso que estou ansiosa para tirar o “mofo” e ver um pouco mais de cor nesta cidade.

Esta foi uma semana nublada em chuvosa – em Vancouver? Mentira... Rs – mas eis que ontem o sol apareceu e ficou, ficou, ficou. A lua já estava pedindo licença e ele lá, firme e forte! Enquanto eu fotografava a lua o Valter disse: “Olha, um arco-íris.” Lá estava ele, lindo e colorido. Deixei o celular de lado e peguei a câmera. Deu tempo de registrar o arco-íris. Fazia tempo que eu não via um, fiquei feliz... dormi contente, acho que estava sentindo mais falta do sol do que eu imaginava.
 




Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pacific Ring of Fire

Semana passada, antes de irmos deitar, começamos a ouvir as notícias sobre o terremoto e tsunami no Japão. A cada momento a CNN informava locais onde o tsunami poderia atingir, entre eles, o Havaí. Naquela noite uma amiga tinha embarcado para lá, para completar, meu primo mora no Havaí. 

Acordei com o toque do celular, era a minha mãe que queria saber se estava tudo bem por aqui e para avisar que o Diego já tinha ligado para os meus tios e que ele estava “subindo o morro”, indo para a parte mais alta, para se proteger. Graças a Deus, por lá, nada aconteceu.

Tantas fotos e vídeos rolando na internet, noticiários transmitindo cenas chocantes, entrevistas com estudantes japoneses que ainda não tinham localizado suas famílias, enfim, difícil não se envolver com tudo isso.

Fiquei curiosa e entrei na internet para ler sobre o Pacif Ring of Fire que é o Círculo/Anel de fogo do pacífico. Em uma rápida busca no Wikipedia dá para entender direitinho do que se trata:  
O Círculo de fogo do Pacífico, ou Anel de fogo do Pacífico (ou às vezes apenas Anel de Fogo), é uma área onde há um grande número de terremotos e uma forte atividade vulcânica, localizado na bacia do Oceano Pacífico. O Anel de Fogo do Pacífico tem a forma de ferradura, com 40.000 km de extensão e está associado com uma série quase contínua de trincheiras oceânicas, arcos vulcânicos, e cinturões de vulcões e / ou movimentos de placas tectônicas. O Anel de Fogo do Pacífico tem cerca de 452 vulcões e é o lar de mais de 75% dos vulcões ativos e latentes do mundo.






Se vc é curioso como eu, vale a pena entrar no link Pacif Ring of Fire e entender como funciona, quais os países, quais os vulcões e etc.

Se o Brasil tem uma vantagem é de que um terremoto em alta escala dificilmente chegará por lá.

Bjos e abraços
Rafa