Antes
de imigrar decidi que deixaria para tirar o visto Americano no Canadá, afinal
eu já havia lido relatos de brasileiros que conseguiram o visto de primeira e logo
que chegaram ao país. Então lá fui eu, depois de 4 meses no Canadá dei entrada
nos trâmites do visto que começa com o pagamento de uma taxa que te dava acesso
ao site e o preenchimento dos formulários. Depois é preciso pagar a taxa do
visto, fazer o agendamento pela internet e ir para a entrevista com todos os
documentos possíveis e imagináveis.
No
dia da entrevista eu estava tensa, (mas isso não é novidade, pq eu sempre estou
tensa) mas vamos combinar que entrar no consulado Americano deixa qualquer
pessoa tensa. Vc passa por revistas, raio x e lá dentro tem um monte de quadro
nas paredes com a cara dos suspeitos ao atentado de 11 de setembro e valor de
recompensa.
Em Toronto
tudo acontece em uma sala, primeiro eles coletam as digitais e vc aguarda para
a entrevista enquanto assiste o povo ter seus vistos negados, o que deixa mais
apreenssivo ainda. Eu já estava fazendo cálculos de probabilidade e torcendo
para não cair no guichê do cara que reprovava todo mundo. É, a sorte não estava
ao meu lado, minha senha apareceu na TV e me direcionava para o guichê do
“não”.
O oficial
perguntou há quanto tempo eu estava no Canadá e o que queria fazer nos EUA,
tbém perguntou onde eu me hospedaria e logo puxou uma pasta com uma maldita
folha cor de rosa. Ele preencheu e disse: "Seu visto foi negado." Perguntei: "Pq?" E ele disse que eu não tinha família e nem raízes suficientes com o país.
Tentei argumentar, em vão, mas perguntei quando eu poderia aplicar novamente e
o oficial respondeu que daqui algunS anoS.
Coloquei
o rabinho entre as pernas e fui para casa triste. Mais um não para a lista de "nãos" que tomamos quando chegamos ao Canadá.
O
tempo passou e simplesmente desencanei dessa história de ir para os EUA. Não
queria ter o trabalho de tentar tirar o visto novamente, mas enfim, com Seattle
aqui ao lado e calhou do Valter ter sido convidado para um evento nas terras de
Obama, então era a minha chance de tentar novamente.
Passado
um ano resolvi arriscar, afinal muita água já passou embaixo desta ponte. O
processo mudou bastante desde a primeira tentativa. Já não é necessário pagar a
taxa para ter acesso ao site, basta pagar a taxa para o visto que pode ser
feito on-line com pagamento no cartão de crédito. Fiz todo o preenchimento e as
datas para entrevista estavam bem distantes, mas agendei uma data qualquer e a
cada 2h eu entrava novamente no site para ver se tinham aberto mais horários e
com isso consegui diminuir 2 dias, 5 dias, 1 semana e finalmente consegui a
data e horário que eu queria.
Ao
chegar para a entrevista tem uma fila para cada horário e uma pessoa que confirma
o seu nome e agendamento antes de termos acesso ao prédio. A americana pegou
meu passaporte, olhou a cidade de nascimento e falou: “Tenho uma amiga que
chega amanhã. Ela vem da sua cidade!” E sorriu. Sorriu??? Sim, Rafaela, ela
sorriu. Quase cai de costas, será que estou no lugar certo? De lá começa a
revista e raio x, um official acompanha até uma recepcionista que sorridente te
diz bom dia e pergunta qual seu tipo de visto. E nesta sala (sem nenhum quadro
com terroristas e recompensas) esperei para tirar as impressões digitais, em
seguida a senha aparece na TV e é preciso ir para outro andar. Um outro oficial
acompanha até uma sala onde estão os guichês para as entrevistas. Não dá para
saber o que está acontecendo, diferente de Toronto onde ouvia-se e via-se tudo,
aqui é mais difícil.
Quando
fui chamada eu não estava nervosa, o que foi bom, assim não falei demais, porém
o mais importante é que não falei de menos. Falei o que precisava ser dito. O
oficial me fez uma pergunta, respondi e comecei a mexer no meu envelope com
documentos e falei para ele que tinha um documento para compravar o que eu
havia dito e ele respondeu: “Não precisa, eu confio em vc.” COMO? CÊJURA? E
desta vez, sem papel cor de rosa, fui embora com um “sim”, um sorriso no rosto
e um visto válido por 10 anos.
Depois
de toda esta saga ficam minhas dicas:
-
Se ainda está no Brasil, aproveite que tem
emprego e uma poupança gorda para solicitar o visto por ai, certamente será
mais fácil;
- Se está no Canadá e é a primeira vez que
solicita o visto americano, não se precipite, espere “criar raízes” com o país (ter emprego ou
estar matriculado na universidade ou college) para não ter que passar por esse
estresse de ter o visto negado;
-
Renovação de visto, até onde eu sei, é bem mais
tranquilo.
Passo a passo:
Na
barra a esquerda tem diversas informações e explicações que ajudam a tirar
dúvidas.
No
canto inferior direito vc clica para começar o processo.
Faz
o pagamento da taxa no valor de $140, no meu caso foi na categoria Visitor Visa
for business/pleasure (B1/B2)
Tire
uma foto digital (respeitando as especifícações) e faça o download para o
formulário. Na dúvida, leve uma foto impressa, do contrário tem uma máquina
dentro do consulado e se sua foto for negada vc pode tirar outra na hora por
$10 (leve uma nota de 10 dólares para facilitar). No meu caso apenas a digital
foi suficiente.
Preencher
o formulário DS-160. Ao terminar, imprima tudo e carregue com você.
Se o
visto for concedido você pode optar por buscar o passaporte na DHL ou que seja
entregue em casa, mediante ao pagamento de uma taxa. Não me lembro o valor, mas
algo em torno de $15. Recomendo a entrega em casa, a DHL fica bem for a de mão.
Não
esqueça de levar o PR, tem que apresentá-lo.
Leve
os documentos do marido / esposa / filhos. Ele me pediu o passaporte do Valter,
mas eu não tinha levado, como ele “confiava em mim”, ainda bem que não teve
problemas… rs
Leve
carta dos empregadores (cargo e salário) ou da escola (carga horária e duração
do curso).
Imprima
a reserva do hotel que ficará hospedado, as entradas para o evento ou qualquer
coisa que vc vá fazer lá.
Qualquer
documento que você considere importante, leve. Melhor sobrar do que faltar.
Celulares
podem ficar em um guarda-volumes.
Não
leve bolsa grande, nenhum tipo de alimento, nenhum líquido… quanto menos coisas
para serem revistadas, melhor.
Se
faltou algo que não falei, pode perguntar! Vale lembrar que no consulado Americano cada um tem uma experiência diferente, esta foi a minha. Espero que seja útil para vcs.
Bjos
e abraços
Rafa