quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mudança – Parte 3

A empresa de mudança prometeu a entrega entre 8 e 17 dias corridos, de todas as empresas que fiz orçamento, esta era a única que entregava antes do Natal e com o menor prazo. Quatro dias depois, entrei em contato com a empresa para perguntar quantos quilos tinha dado e onde o caminhão estava. Fiquei surpresa quando o cara me disse que o peso era menor do que o estimado, o que significa que a conta ficaria mais barata e que o caminhão estava em Edmonton. Sério, pedi que ele repetisse, achei que tivesse entendido errado! 

O cara disse que em mais dois ou três dias o caminhão chegaria em Vancouver e que aqui poderia demorar um pouco pq teriam que descarregar a mudança de outros clientes e ele não sabia dizer em que “lugar” da fila nós estávamos.

Na quinta-feira escrevi um e-mail para ele pedindo para atualizar nosso telefone de Vancouver e para checar onde o caminhão estava, eis que ele respondeu avisando que nossa mudança chegaria em casa no sábado a tarde.

Fiquei super contente com a notícia e com a rapidez, nem se viéssemos dirigindo o caminhãozinho da U-Haul conseguiríamos tal proeza.

Eles chegaram com uma hora de atraso, mas tudo bem. Aquele mega caminhão parou aqui na porta e deixou um monte de gente de queixo caído... hahahaha! Ele é muito monstruoso, só quem viu entende, certo Ana Luiza? Quando ele estacionou, uma vizinha perguntou para o Valter se este caminhão era a nossa mudança, quando ele respondeu que sim, ela fez cara de espanto e disse: “Fiz a minha mudança há 1 hora atrás, mas meu caminhão era beeeem menor.” Imagino que os vizinhos ficaram se perguntando que apartamento comportaria tanta mobília assim... hahahaha.

Enquanto o Valter checava os itens que saia do caminhão, eu vistoriava no apartamento tudo o que tinha chegado. Desta vez veio o motorista e um outro cara, ambos muito cuidadosos. Eles iam tirando os tecidos dos móveis e eu verificava se estava tudo ok. Sim, tudo veio impecável, assim como saiu de dentro do nosso apartamento em Toronto.

O mais engraçado é que chegou tudo muito gelado, como se estivessem saído do freezer. Tudo suava, as cadeiras de acrílico ficaram embaçadas por uma meia hora. Fiquei até com receio de colocar as louças dentro da lava louças e trincar alguma coisa, mas nada quebrou.

Para não dizer que tudo veio impecável, quando optei por empacotar alguns itens escolhi caixas plásticas com tampa, aquelas vendidas no Ikea. Primeiro por que acho um desperdício comprar caixas de papelão e depois jogá-las fora, pelo menos, estas caixas tem uma vida útil longa e pode ser usada para outros fins. Coloquei etiquetas de frágil nos artigos que exigiam maior cuidado e em outros não sinalizei. Duas tampas vieram rachadas, só isso. O motorista comentou que estas caixas são ótimas para transportar, mas que em baixas temperaturas ela pode rachar.

Agora que testei e aprovei, indico a empresa de mudanças Tender Touch. Quando iniciei as pesquisas, procurei reviews e vi que não tinha nenhum comentário ruim a respeito dela, mas muitos diziam que no final, acabaram pagando mais do que o estimado, mas que mesmo assim compensava.

Uma coisa importante é que os itens que não forem embalados por eles, eles não se responsabilizam por qualquer dano, por isso deixamos o espelho, TV, mesa de vidro, sofá e colchão para que eles embalassem com a caixa deles. Pensei que fossem caixas de verdade, própria para cada coisa. Que nada, é uma caixa desmontada que o cara enrola com uns tecidos e fita adesiva. Só a da TV custou a bagatela de 90 dólares. Um absurdo! Da mesa, mais 50 e do espelho, outros 50. Como diz a minha mãe, o molho saindo mais caro que o peixe. Enfim, faz parte! Para vários outros eletroportáteis e eletrônicos tínhamos as caixas originais, então nos livramos de pagar mais estes extras. De hoje em diante, caixa nenhuma vai para o lixo! Para pagar o valor que realmente vale a pena, sugiro consultar a U-Haul que eles tem caixas de TV, por exemplo, para a marca e o modelo da sua TV pelos mesmos 90 dólares, porém, depois de usar vc pode guardar.

No final, valeu a pena! Foi o menor orçamento, melhor prazo de entrega e sem surpresas na fatura. Agora é só brincar de quebra cabeças para fazer caber tudo o que trouxemos e fazer algumas adaptações.

Bjos e abraços
Rafa

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ônibus de graça?

No dia do jogo, ficamos esperando o ônibus por uns 20 minutos, ele estava atrasado, quando chegou, estava cheio. Entrou eu, o Valter e um casal de amigos, o motorista fechou a porta alegando que o ônibus estava muito cheio. Peguei minhas moedinhas para pagar e o motorista disse que não precisava, que o ônibus estava cheio e não era justo que eu pagasse para ir em pé e apertada. A concepção de cheio deles é completamente diferente dos ônibus de São Paulo, que fique claro. Fomos em pé, mas sem ninguém grudado em mim. Na volta para casa, a mesma coisa. Com isso economizei 5 dólares!

Além disso, fiquei impressionada com a gentileza de dois funcionários do Skytrain, que é o nome do nosso metrô, ele é uma espécie de “aerotrem” ou seria o “Fura Fila”? Não tem catraca, ou seja, vai da sua honestidade comprar ou não o bilhete, porém em algumas estações tem fiscais e às vezes dentro dos vagões também e ai o prejuízo da malandragem fica alto.

O primeiro estava na entrada do Skyline a espera que eu apresentasse meu bilhete, como eu estava comendo uma barrinha de cereal, demorei um pouco para tirar a carteira da bolsa e ele começou a brincar comigo me pedindo um pedaço da barra. Achei curioso pq os funcionários do TTC de Toronto não são nada brincalhões. Depois precisei fazer uma baldeação, só que eu não tinha entendido que para mudar de plataforma. Vi um cara uniformizado e fui em direção a ele para pedir informações, ele sorriu e fez de conta que estava fugindo de mim. Depois que perguntei como chegar na plataforma, só faltou ele me pegar pela mão e me levar até lá.

Como dizia o profeta: “Gentileza gera gentileza”.

Bjos e abraços
Rafa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

De volta!

Depois de alguns dias, nossa internet foi instalada! Neste meio tempo, um MONTE de coisas aconteceram e aos poucos escrevo e atualizo o blog. 


Percebi que recebemos a visita de novas pessoas aqui no blog e agora o pessoal de Vancouver tbém passa por aqui. Gostaria de agradecer a todos vcs pelos comentários, pelos contatos e pela receptividade! 


Estamos em lua de mel com Vancouver e espero que essa sensação não mude nunca. 


Bjos

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Hóquei

A convite da chefe do Valter fomos assistir um jogo de hóquei. Fiquei super feliz qdo ele me avisou, afinal é o esporte favorito dos canadenses e só assisti os jogos das Olimpíadas de Inverno, fora isso, nunca tinha visto um jogo. Lembro que na época, os comentaristas brasileiros diziam que os times fizeram um acordo de cavalheiros para que não acontecessem brigas durante as Olimpíadas, e assim foi.



Claro que eu já tinha ouvido falar das brigas e já vi um monte de jogadores desdentados, mas não sabia como isso funcionava “na prática”.

O jogo era do Giants contra Blazers. Não faço idéia do que seja, mas sei que tínhamos que torcer pelo Giants. Até onde eu entendi, eles são o que chamamos no futebol de juniores. Meninos que literalmente dão o sangue esperando que um olheiro os encontre e tenham a oportunidade de jogar como profissionais.


O jogo é dividido em três tempos e quando empata, tem prorrogação, se não mudar o marcador, tem uma espécie de pênalti, só o atacante e o goleiro. Quem marcar, ganha! É emocionante, várias jogadas inteligentes e muito rápidas, sem contar na eficiência dos goleiros. Fiquei impressionada com a quantidade de crianças que tinham no estádio e eles vibram o tempo inteiro. Atrás de mim, um garoto de uns 5 ou 6 anos narrava o jogo, era tanta emoção que fiquei surpresa. Ele falava: “Come on, come on...”, “Look that”, “Did you see? Did you see?” e quando eles se batiam contra o vidro as crianças iam a loucura, chegavam bem pertinho e as vezes eu ouvia: “Fight, fight, fight.”


Quando vi e ouvi as batidas comentei com o Valter que se a minha irmã, a Vanessa, estivesse lá, estaria chorando e pedindo para parar o jogo... Rs, é muito a cara dela fazer isso.

A chefe do Valter sentou ao nosso lado, o filho dela, de sete anos, ia jogar no intervalo e ela estava toda ansiosa. Para mim, aquilo era um jogo familiar, com tanta criança reunida, ainda mais quando o Valter comentou com ela como era engraçado ver a criançada vibrando com os jogadores se “atropelando e batendo ” no vidro, e ela respondeu: “Pois é, as mães que não gostam muito.”

Estava ainda no primeiro tempo, eu filmava uma jogada quando de repente dois jogadores se estranharam, jogaram os tacos, tiraram as luvas e capacetes. Todos vibravam, os dois começaram a cair na porrada. Silêncio no ginásio! Não sei o que deu em mim, comecei a apontar e falava para o Valter: “Eles estão brigando, eles estão se batendo, tem que parar...” e ele respondeu: “Isso é hóquei, é assim mesmo.” Enquanto os olhinhos das crianças brilhavam de satisfação o meu encharcava e escorria em lágrimas. Surtei. Comecei a chorar de soluçar, tampei a boca pq fazia barulho. Eles trocavam socos e os dois juízes apenas olhavam, com as mãos para trás, nada faziam. Aqueles segundos duraram uma eternidade para mim. Eu não consigo aceitar que um esporte permita isso. Ir assistir luta livre ou vale tudo é uma coisa, mas o jogo de hóquei é tão emocionante, pq a briga? Acho que fiquei com a frase da chefe na cabeça, “As mães que não gostam muito” e certamente eu não gostaria de ver a cena do meu filho batendo ou apanhando em uma quadra até sangrar, estes jogadores tem mais ou menos seus 16 / 18 anos.

Engoli o choro, as crianças me olhavam como seu eu fosse um extraterrestre. E criança não disfarça, elas te encaram. Minha vontade era ir embora, não achei nenhuma graça a tal pancadaria. Passei o resto do tempo colada na cadeira completamente tensa e rezando para não sair mais briga. O Valter, coitado, como ele disse: “Vergonha alheia da mim mesmo!!” Hahahaha, a chefe dele deve ter me achado louca e eu que achei que minha irmã que teria esta reação...

Depois que o filho da chefe jogou, o avô olhou para o garoto de sete anos, sem o dente de leite da frente e disse: “Sem esse dente, agora sim vc é um jogador de hóquei.”

No dia seguinte, qdo o Valter chegou no trabalho, os colegas estavam curiosos para saber como tinha sido e o bonitão contou para todo mundo que a esposa dele chorou quando saiu a briga. Risos por todos os lados e ainda disseram que esta é a parte mais legal do jogo.

Enfim, na mesma semana, na sexta-feira ganhamos mais convites, desta vez mais perto ainda. No primeiro jogo ficamos na oitava fileira, atrás do gol e neste, ficamos na sexta fileira. Sensacional, era possível ver todos os lances de pertinho.

Qdo chegamos, uma colega de trabalho do Valter me olhou e ao invés de falar “Oi, tudo bem?” ela disse: “Hoje vc não vai chorar, certo?” Que vergonha, claro que respondi que não choraria!

O jogo desta vez era do Giants contra Spokane Chiefs, um time americano. O jogo estava bem mais disputado do que o de quarta-feira e por isso, mais emocionante. Logo no primeiro tempo o Giants marcou e derepente vi a cena mais legal do planeta. Centenas de ursinhos começaram a voar em direção a quadra. Tinham quase 15 mil pessoas no ginásio e tenho plena certeza que deveriam ter cerca de 15 mil ursinhos sendo arremessados. Fiquei congelada ao ver a cena! Lindo demais. Depois soubemos que as pelúcias serão doadas a instituições de caridade no Natal.







O jogo parou por pelo menos uns 10 minutos para que todos aqueles ursos pudessem ser retirados da quadra e o jogo começar novamente. É claro, rolou uma briga. Cobri o rosto, já que não ia chorar na frente de todos os colegas de trabalho do Valter. O olho encheu de lágrima, mas não chorei!! Eeeee... O jogo se manteve equilibrado, mas este time era bom. Eles atacavam mais, porém o Giants finalizava melhor. Eis que saiu mais uma briga, nem liguei! Acho que superei o trauma da primeira, depois deste intensivão de hóquei.

O jogo foi para prorrogação e depois para o “mano a mano” entre goleiro e atacante. O time americano levou a melhor, mas desta vez a diversão foi garantida.

De qualquer forma, devo confessar que é difícil aceitar que se chame de esporte um jogo que permite que a pessoa perca a razão e parta para a porrada. Se tudo se resolvesse com socos e pontapés...

Bjos e abraços
Rafa

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Santa Claus Parade

No domingo, dia seguinte da nossa chegada, acordamos e fomos tomar café. Depois de rodar pela rua encontramos um lugar super gostoso. Pedi um chocolate quente e de repente chegou este monstro! Nem fiquei com vergonha, até por que eu consegui me esconder atrás da xícara, sem nenhum problema. Quando eu vi a montanha de chantilly pensei: "Vc terá que caminhar muito para queimar tudo isso, garota!"
  

Notei que as ruas principais estavam fechadas e lembrei que tinha a parada do Papai Noel de novo, fiz o Valter ficar em pé comigo até o Papai Noel passar. E não é que o bom velhinho é apressado mesmo? 





Em Toronto ele passou feito um jato e aqui não foi diferente. Tinham bem menos pessoas aqui do que em Toronto, com isso conseguimos sair correndo atrás do Papai Noel. É isso mesmo, saímos correndo entre as pessoas para conseguir pelo menos fazer uma foto.


Depois disso descobrimos um rinque de patinação bem pertinho de casa. O Valter ficou alucinado! O olhinho do garoto brilhava de felicidade... Por três dólares vc aluga o patins e se diverte o quanto aguentar.



Bjos e abraços
Rafa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Chegamos

Sábado a noite chegamos em Vancouver, não estava frio como Toronto. O aeroporto aqui é super simples, não se parece em nada com o de Toronto, tanto em tamanho quanto em beleza. Pegamos o trem e viemos para casa. Nós dois, 6 malas e duas mochilas.




Detalhe, no aerporto as placas de indicação são escritas em inglês, francês e chinês. Será que tem Chinês nesta cidade?


A distância do metrô para casa é bem pequena, nenhum taxista aceitaria enfiar todas aquelas malas no carro para andar um quarteirão e meio. Enquanto a galera estava indo para a balada, os dois pareciam burros de carga. Fomos rindo, um do outro até chegar no apartamento.




Como já disse antes, o Valter alugou o apartamento e só vi por fotos. Quando entrei, fiquei de olho na reação dele. Coitado, estava apreensivo, queria ter certeza de que tinha feito uma boa escolha e que eu ia gostar. Fiz suspense. Olhei, questionei, abri, fechei... mas ADOREI!! O apartamento é super bem localizado. Das duas uma ou Vancouver é um ovo, o estamos perto de tudo.




Enchemos nosso colchão de ar e deitamos, o Valter disse: “Amanhã, tenho uma surpresa pra vc.” Quando acordei, ele pediu que eu fechasse os olhos. Ele abriu a cortina e disse: “Pode olhar.” Lá estavam elas, as lindas montanhas que vejo da janela do nosso quarto e da sacada.




Eu poderia passar um dia inteiro só admirando essa beleza. Com esta paisagem, eu não estou nem ai com o apartamento... Enquanto escrevia este post ouvia Ana Carolina e Seu Jorge e um trecho da música deles se encaixa muito bem ao que sinto neste momento... “Eu não sei parar de olhar, Não vou parar de te olhar, Eu não me canso de olhar, Não sei parar... De te olhar!”

Bjos e abraços
Rafa

Despedidas

Depois da mudança começamos a nos despedir dos amigos. Teve uma noite mexicana regada a muito vinho (sim, tequila é proibida por aqui – longa história, que não me traz boas lembranças, rs) e Guitar Hero.

Fiquei até com dor nos dedos e braços de tanto tocar guitarra, isso pq estávamos no mais fácil de todos. A brincadeira foi bacana e valeu mega a pena!! Agora queremos montar a nossa banda também.

No dia seguinte almoçamos com outros amigos no Jack Astors, um restaurante que fica perto da Dundas Square, eu diria que é “o ponto” de referência de Toronto, pelo menos para mim. Gosto de lá, por isso escolhemos o restaurante.

Eu estava tão aérea que não me dei conta de tirar fotos. Na verdade, demorou para cair a ficha e me dar conta de que estamos mudando e que teremos novos desafios e que está começando tudo novamente.

Para ser sincera, não tive a sensação de despedida e sim, de um até logo. No aeroporto, enquanto esperávamos o nosso vôo, passou um filme na minha cabeça, assim como aconteceu quando deixamos o Brasil. Sensação do coração querendo pular pela boca, o frio na barriga... fiquei meio angustiada, achando que as horas dentro do vôo não fossem passar nunca, mas conseguimos assistir dois filmes e pronto, estávamos em Vancouver.

Ganhamos um cartão de uma amiga, a Andresa, e ela começou o cartão com um Salmo que eu gostaria de compartilhar com vcs:

“O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” Salmos 121:7 e 8.

Bjos e abraços
Rafa

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mudança - Parte 2

O Valter chegou de Vancouver na quarta-feira, tarde da noite. Na quinta-feira era o último dia antes da mudança. Tinham trocentas caixas abertas na sala, esperando que decidíssemos o que mais incluir para poder fechá-las. Terminamos tudo, fechamos as caixas e fomos dormir. As 8h50 escutamos o barulho do caminho estacionando em frente ao prédio. Nada mais nada menos que 78ft de comprimento por 36ft de altura. Um MONSTRO!


Quando os caras chegaram no apartamento, eram três, disseram: “Que maravilha, vocês facilitaram muito o nosso trabalho.” Pois é, deixamos tudo separados, pronto para ser carregado para o caminhão. E eles perguntaram: "Nada de líquido, certo?" Respondemos que não e eles explicaram que os líquidos congelam durante o percurso, principalmente quando passam por Manitoba e Alberta, por esta razão eles recomendam que não tenha nenhum tipo de líquido.

Até ai, estava tudo perfeito. O motorista do caminhão era o responsável pelo inventário, ele anotava tudo e etiquetava. O outro levava as caixas para o caminhão e o terceiro protegia os móveis com uma manta.

O cara que ficou comigo no apartamento (o da manta) só contava histórias bizarras. Socorro, como tem gente que gosta de tragédia. A primeira foi o caso de uma mulher muito rica que solicitou a mudança e qdo viu o caminhão, desistiu. Disse que as coisas dela eram muito caras para ir lá dentro, num caminhão que gotejava e não tinha proteção. E ele completou: “Acho bom vcs descerem lá para ver onde vai a mobília de vcs.” O Valter foi lá conferir, óbvio.

Não satisfeito ele começou a falar que uma vez eles estavam fazendo uma mudança e entre os móveis tinha uma TV de 3 mil dólares. Eles a deixaram na calçada para que um dos funcionários a colocasse no caminhão, eis que passou um fulano, pegou a TV e saiu correndo. Qdo ele percebeu que estava sendo seguido jogou a TV e por sorte eles conseguiram pegar sem que estragasse. Enfim, ele já estava estragando a minha manhã com este papo, resolvi ir ao supermercado e largar ele lá. Quando voltei ele mandou mais uma. Certa vez o caminhão passou por uma ponte em Toronto, só que ela era muito baixa. Destruiu o caminhão, a ponte e todos os móveis. Tiveram que acionar o seguro e pagar para todos os clientes.

Depois de tanto falatório, quando ele estava quase terminando perguntou sobre o espelho e eu disse que eu tinha feito o pedido de caixa para o espelho, caixa para a TV, capas para os colchões e um plástico especial para o sofá. Eis que ele diz: “Ok, as caixas estão lá embaixo, mas vcs terão que embrulhar, pq isso não faz parte do meu trabalho.” Oi?? Sim, e completou: “A empresa vai cobrar de vcs uns 200 dólares por isso, posso fazer tudo por $40, mas vcs não falam a nada para o motorista. Pode ser?” O Valter quase pulou no pescoço dele. Tá maluco? No nosso orçamento incluía tudo, como ele quer um extra?

O cara desceu para levar alguns móveis e subiu com o outro cara. Esse fazia o estilo rapper cheio de tatuagens, falava em gírias e era qualquer coisa, menos simpático. Ele começou a embrulhar a TV e o malandrão a enrolar o sofá. Eu e o Valter nos entreolhamos e perguntamos para o cara: “Vc vai nos cobrar por isso?” O malandro desconversou e o rapper disse: “Não, isso é nosso trabalho” o malandrão retrucou alguma coisa e rapper rebateu gritando que isso era o trabalho deles e que não nos cobrariam extras. Ainda bem que a mudança estava no fim.

Eles terminaram tudo na hora do almoço, foi um alívio ver o apartamento vazio e ao mesmo tempo, bateu certo frio na barriga.

Agora vamos esperar para ver se cumprirão o prazo de entrega, peso final e as tais taxas extras, que sempre aparecem no final.

Bjos e abraços
Rafa

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vancouver here we go!


Hoje a noite partimos para Vancouver, que há anos está no topo da lista das melhores cidades para se viver. Lá vamos nós, desvendar os mistérios do desconhecido e desbravar cada cantinho da cidade. Tudo novo...
De Toronto levamos boas lembranças, muitos ensinamentos, aprendizados e amigos. Amigos que nos acompanharam, dividiram, multiplicaram, somaram e reduziram... alguns talvez fiquem apenas na lembrança, outros carregamos no peito e tenho a certeza que nos encontraremos novamente.

Gostaria de agradecer a Deus, pelas pessoas e pelos momentos especiais que vivemos e compartilhamos por aqui.

Aos que chamamos de “turma”, caminhamos juntos e torcemos por cada vitória. Espero que cada um de vcs trilhem seus caminhos e que sejam felizes. Que cada conquista venha carregada de alegria e muito sucesso.

Um agradecimento especial a nossa querida amiga Pauline, que desde o Brasil nos deu muita força e suporte. A Pauline é assim, qdo vc pensa, ela já vem com a solução pronta. Eu digo que ela é uma “monstra”, no bom sentido, pq tudo o que vc imaginar ela tem. Desde o mais fútil ao mais útil. Amiga que sempre agrega e compartilha, não sonega, torce e sofre junto. Sentiremos muito a sua falta! Mto mesmo, mas sei que será por pouco tempo.

Me sinto abençoada, mesmo que prestes a mudar, conheci um anjo que esteve junto comigo nos momentos em que mais precisei. Sabe aquela pessoa que não pergunta se vc precisa de ajuda, ela simplesmente ajuda? Sabe aquela pessoa que te faz rir e que é muito alto astral? Essa querida é a Márcia. Tenho certeza que esta amizade apenas começou. Você e o Cris são muito especiais e terão muito sucesso pela frente. No passeio das baleias aqui vamos nós.

Nesta pequena jornada em Toronto, vivemos sentimentos intensos e malucos, mudamos de idéia várias vezes, não me refiro em voltar ao Brasil, calma, isso não passou por nossa cabeça. Mas no sentido de ir ou não, comprar agora ou esperar, verde ou azul... voltamos atrás em algumas escolhas, tropeçamos, escorregamos, levantamos e enxergamos sorte, muita sorte pelo caminho.

Neste momento, qdo olho para trás e penso que apenas 8 meses se passaram, me assusto. Tenho a impressão de que vivi uma vida inteira neste lugar. Toronto é uma cidade que a gente descobre um pouquinho a cada dia. Basta mudar o caminho, trocar de calçada, pegar street car ao invés do metrô. É o mundo inteiro em um só lugar.

Desejo, a todos nós, sorte!

Aos que estão chegando a Toronto, coragem e perseverança. Olhem o copo sempre meio cheio. Viva, não sobreviva. Divida, não sonegue. Ajude, não se omite.

Vancouver here we go!

Bjos e abraços
Rafa e Valter

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Paciência




O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Bjos e abraços 
Rafa

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mascote

O blog ganhou um mascote!! O Cris e a Márcia nos presentearam com um Raccoon.


Adoro dar nome as coisas que eu ganho, mas ainda não tive inspiração para batizar o novo integrante da família, farei isso em breve.

Bjos e abraços
Rafa